quarta-feira, 26 de março de 2014

Ao debruçar nos primeiros traços digitados desta minha nova empreitada literária,uma lágrima saudosista deslizou sobre meu rosto. Voltei no tempo, utilizando-me da mais perfeita máquina de regressão, a escrita, e deparei-me com um eu rejuvenescido vinte quatro anos. Um adolescente sonhador, idealista, às voltas com todas as novidades que surgiam junto com os anos 90. Assiduo frequentador de sebos, mergulhado em discos na galeria do rock, espalhado pela escadarias do teatro municipal observando o vai e vem frenético das pessoas que corriam pelo centro velho, tomando uma cerveja na vida boemia da avenida São Jõao e adjacencias, correndo em direção ao fórum na pressa de protocolar alguma petição do patrão advogado, fazendo hora em casas de fliperamas, debruçado numa velha máquina Olivetti, rascunhando os primeiros sopros de vida de Tales e Lívia... Me vi abraçado ao centro velho e expandido, com seus poéticos casarões de mais de um século de existencia, suas ruas agitadas, o velho onibus elétrico deslizando pelo viaduto do chá, vendedores ambulantes espalhados pelas calçadas, putas encostadas nos paredões do vale do Anhangabaú...
Segui rumo a consolação, passei pela brigadeiro e fiquei admirando seus teatros. Parei no bexiga pra uma rodada de cerveja e um samba dolente, jogando conversa fora com senhores de longas idades e sorrisos saudosistas...admirei o cinza de outono do céu paulistano e o cheiro de mofo dos viadutos que enfeitavam a avenida 9 de julho enquanto mergulhava nos lençóis manchados de Lívia ou nos roteiros apaixonados de Tales...
Por fim retornei ao presente, diante de meu computador e as primeiras páginas do livro " Quando dois Cristais se chocam", manuscrito original de 1990, com a enorme dúvida se mantinha o cenário paulistano do final dos anos oitenta ou se o atualizava para os dias de hoje...No entanto o louco amor descrito neste romance me guiou pelos caminhos justos deste instante de amor e ódio divididos na ansiedade de dois jovens que engatinhavam na arte do amor...Seria incoerente de minha parte descrever as transas e os tabus presentes neste livro se ele não fosse retratado em seu momento de origem...
... E assim deixei-me levar pelos ventos do passado, preservando ao máximo o que havia escrito 24 anos atrás, e tentando manter viva e acesa a paixão dos dois personagens tão distantes e tão próximos, tão fictícios e tão reais... se naquele momento eu escrevia apaixonado, posso dizer que neste instante reescrevo com amesma paixão e inocencia de duas décadas atrás...

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Inauguro meu blog com a satisfação de estar deitado nos braços da renovação. Ouvi de um mentor que a mudança, a busca pela transformação é capaz de promover milagres.Inauguro meu cantinho de ouro onde quero dividir minhas opiniões com todos, ouvir e ser ouvido, na certeza de que escolhi o momento certo para isso. Inauguro com o prazer de apresentar minha primeira obra literária publicada, escrita originalmente em 2007 mas lançada somente agora. O livro " O Diabo é pai do rock" será o divisor de águas em minha nova empreitada, iniciada em 1994 quando concluí minha primeira obra, intitulada Joína. Outras vieram e delicadamente foram guardadas a espera do momento ideal e aqui partilho com vcs os títulos que em breve estarão lançados ao sabor da Net.
* Quando dois cristais se chocam (1990)
* Joína (1994)
* Entrevista com uma prostituta (2003)
* Contos, crônicas e outros cacos do cotidiano (2004)
* Transas, taras e tabus (2006)
* E de repente o amor ( ensaios) (2007)
* O Diabo é pai do rock? (2007)
* Enquanto houver sol (2008)
* Lados opostos (2012)
* A carta e o cramulhão (2013)

* Obs. Os anos correspondem aos manuscritos dos livros concluídos.